Antes mesmo do lançamento, virou lugar comum chamar o Windows 7, nova versão do sistema operacional da Microsoft, de Windows Vista corrigido. A empresa tem, de certa forma, incentivado essa visão, diante do resultado desapontador da versão anterior do software. Mas não é só isso. O Windows 7, que chega ao mercado hoje, busca uma integração forte com os serviços da empresa na internet e, caso tenha sucesso, será uma arma importante para concorrer com o Google.
A busca no computador de mesa é integrada ao Bing, serviço de buscas na internet da Microsoft. É possível, por exemplo, encontrar imagens na rede via Bing, sem precisar abrir o navegador, para colá-las numa apresentação do PowerPoint. Também é possível publicar as fotos gravadas no computador no serviço da Microsoft, sem usar o browser, ou em outro serviço de fotos online.
Ao ser perguntado se a infraestrutura de servidores e conectividade da empresa aguentará o aumento de demanda que pode vir com o Windows 7, Darren Huston, vice-presidente mundial de consumo e online da Microsoft, destacou que a empresa tem feito um investimento bilionário nessa área. "Somente duas empresas investiram tanto em infraestrutura de servidores nos últimos anos: nós e o Google", ressaltou Huston, que visita o Brasil para o lançamento do novo Windows.
Não é à toa que a empresa reuniu em uma única divisão consumo e online. O Windows 7 não vem mais com o software de correio eletrônico. O usuário baixa da rede, gratuitamente, o pacote Windows Live Essentials, que reúne software de e-mail, mensagens instantâneas, galeria de fotos, editor de filmes, serviço de blogs e proteção para crianças contra conteúdos indesejados. Esse pacote integra o sistema operacional ao Windows Live, combinação dos serviços de comunicação e rede social da Microsoft.
O Windows 7 aponta para a "computação em nuvem" - uma expressão do setor que significa que as pessoas podem realizar suas atividades via internet, usando um número imenso de servidores, no lugar de depender de um computador e dos softwares instalados nele. "Estamos passando por uma grande mudança no modelo de negócios", reconheceu Huston.
A Microsoft procurou sublinhar, no lançamento do Windows 7, conceitos como "simples" e "rápido", quase como quem pede desculpas a quem sofreu com a lentidão do Vista. "No lançamento, o Vista funcionava em 5% das máquinas disponíveis'', afirmou Huston. "O Windows 7 funciona em 95%."
A interpretação de que o Windows 7 é um "Vista corrigido" é reforçada pelas exigências mínimas de hardware, que são iguais às do Vista: processador de 1 GHz, 1 gigabyte de memória e 16 gigabytes de espaço no disco rígido. Com a evolução do mercado de PCs, o que era difícil de ser encontrado em 2007 se transformou em padrão mínimo de mercado hoje.
A Microsoft não revela números, mas grande parte do parque de computadores, principalmente nas empresas, ainda trabalha com o Windows XP, versão do sistema operacional lançada em 2001. A expectativa é que haja uma migração direta para o Windows 7. Os fabricantes estão animados. "Esperamos uma explosão de vendas", disse Hélio Rotenberg, presidente da Positivo Informática, maior fabricante de computadores do País. O Windows 7 chega hoje a 4 mil pontos de venda no País. A versão mais simples sai por R$ 329.
Fonte: Estadão